Edição em papel da BGamer chega ao fim

"A BGamer surgiu em junho de 1998 para dar corpo a uma ideia que muitos consideravam impossível: lançar em Portugal uma revista capaz de tratar a indústria de videojogos com rigor, integridade, seriedade e profissionalismo. E não por uma questão de fetiche associada a um qualquer interesse obsessivo ou irracional. É verdade que sempre fomos imbuídos por uma paixão tremenda, mas foi acima de tudo pelo mérito e reconhecimento que os videojogos nos merecem que trabalhámos ao longo dos últimos 16 anos.

Ainda existe um caminho a percorrer, mas a forma como a nossa sociedade olha para a indústria mudou bastante, sobretudo na última década e, por mais que possa parecer uma presunção, acredito piamente que a BGamer desempenhou um papel importante nesta mudança de paradigma. Uma trajetória marcada por um sentido singular de coragem, conquista e desbravamento. Neste particular tenho de enaltecer a confiança inabalável da administração da Goody no projeto e, sobretudo, o trabalho extraordinário e talentoso de todos os jornalistas e demais profissionais que ajudaram a cimentar a BGamer no mercado editorial português.

A nível pessoal, este é também o final de um ciclo, um imenso privilégio com tantos anos como aqueles que a revista completou no mercado. Encaro o futuro com entusiasmo e otimismo, embora por estes dias seja complicado livrar-me desta doce melancolia por deixar de trabalhar na área dos videojogos. Nunca deixei de o ser, mas doravante serei um de vós, a tempo inteiro.

A revista no formato tradicional em papel chega assim ao fim, mas a BGamer vai continuar viva e promete saltar, em definitivo, para o mundo digital, com uma atualização mais regular dos conteúdos e a garantia de estar mais próxima do que nunca dos seus leitores. E é precisamente a todos os leitores que nos acompanharam nesta aventura que deixo o maior e último agradecimento. Pela preferência, pelas mensagens de apoio, pelas críticas, pelos vídeos, pelos comentários, pelos sorrisos, pelas gargalhadas, por tudo... Obrigado.

Bruno Mendonça"
BGamer

Já se andava a especular sobre isto há uns dias, mas parece que é oficial. A última revista de videojogos em Portugal vai acabar.
Espero que continuem online porque acho o trabalho deles bem competente, mas vai ser pena deixar de ter a revista todos os meses à espera nas bancas.

Acabei de ler isto lá no site... Tenho bastante pena, mas na verdade eu era bastante fanático era pela Maxi, porque a BGamer além de ser mais cara nunca teve o mesmo feeling para mim. No entanto, acho que sempre fizeram um excelente trabalho e tenho pena de a revista deixar de existir como revista...

É uma pena não existirem mais revistas em formato físico, mas com a industria tal como é agora era inevitável pois agora é possível ler as notícias e reportagens na hora sem qualquer custo.

lobito180 escreveu:No entanto, acho que sempre fizeram um excelente trabalho e tenho pena de a revista deixar de existir como revista...

Tenho de discordar um pouco contigo lobito, esta redacção foi realmente boa enquanto existia alternativas no mercado, mas deixaram de existir e ultimamente têm feito um trabalho algo desleixado. Por esse motivo deixei de comprar a BGamer já uns meses, mas acredito que focando-se no formato online esse nome volte a ser algo de renome pois a nível nacional quem manda é a Eurogamer e é preciso trabalhar arduamente para competir com eles.

Eles têm tido bastantes problemas a nível de gráfica e da reprodução de DVDs. Já a revista em si nunca achei que tivesse perdido qualidade, há cerca de um ano até arranjaram duas secções novas e tudo...

lobito180 escreveu:Eles têm tido bastantes problemas a nível de gráfica e da reprodução de DVDs. Já a revista em si nunca achei que tivesse perdido qualidade, há cerca de um ano até arranjaram duas secções novas e tudo...

Problemas nada normais para alguém que está no mercado à tantos anos, e acrescento aí problemas na distribuição aos assinantes mas também territoriais, aqui no norte a revista tinha alturas que só ficava disponível uma semana após o lançamento.
E mesmo a qualidade da revista não me parecia estar ao nível dos anos anteriores numa apreciação geral, mas gostaria de salientar a parte das análises onde eram cometidas várias gafes, informações mal dadas e muitos dos artigos eram bastante vagos, pareciam artigos comerciais e não de opinião como um desse tipo deveria de ser. Isto foi resultado de mundo dos membros da redacção terem abandonado o barco, à uns dois anos atrás eram uma equipa com mais de 10 jornalistas e agora apenas uns 4 ou 5, a sobrecarga nunca é um factor positivo.

Eu não comprava, e até me metia bastante nojo terem terminado a Maxi para manter essa, logo normalmente nem me importava com isto, mas neste caso marca também um fim de um ciclo, eu cresci a ler revistas de jogos, e agora não ter a oportunidade de comprar nenhuma é algo triste, embora entenda que talvez hoje em dia não faça muito sentido, com o digital e salvar as árvores e afins, é sempre triste, e também dá que pensar, será que terminaram todas porque era o que ia acabar por aconteçer com a internet, ou será que a incompência também ajudou?

BAlvez escreveu:

lobito180 escreveu:Eles têm tido bastantes problemas a nível de gráfica e da reprodução de DVDs. Já a revista em si nunca achei que tivesse perdido qualidade, há cerca de um ano até arranjaram duas secções novas e tudo...

Problemas nada normais para alguém que está no mercado à tantos anos, e acrescento aí problemas na distribuição aos assinantes mas também territoriais, aqui no norte a revista tinha alturas que só ficava disponível uma semana após o lançamento.
E mesmo a qualidade da revista não me parecia estar ao nível dos anos anteriores numa apreciação geral, mas gostaria de salientar a parte das análises onde eram cometidas várias gafes, informações mal dadas e muitos dos artigos eram bastante vagos, pareciam artigos comerciais e não de opinião como um desse tipo deveria de ser. Isto foi resultado de mundo dos membros da redacção terem abandonado o barco, à uns dois anos atrás eram uma equipa com mais de 10 jornalistas e agora apenas uns 4 ou 5, a sobrecarga nunca é um factor positivo.

Nalgumas análises também reparei essa simplicidade, confesso. E isso dos jornalista é verdade, agora eles deviam estar mesmo sobrecarregados e com as críticas de muitas pessoas a algumas coisas que nem estavam mal (simplesmente as pessoas achavam que porque não gostavam de segmento X ou de jogo Y ele não deveria fazer parte da revista) eles começaram a ser o mais generalistas possível e talvez isso não tenha sido o melhor passo. Mas uma coisa que sempre gostei de ler era os temas de capa, sempre bastante informativos e as entrevistas também não eram nada más, por vezes...

Nightwatch escreveu:Eu não comprava, e até me metia bastante nojo terem terminado a Maxi para manter essa, logo normalmente nem me importava com isto, mas neste caso marca também um fim de um ciclo, eu cresci a ler revistas de jogos, e agora não ter a oportunidade de comprar nenhuma é algo triste, embora entenda que talvez hoje em dia não faça muito sentido, com o digital e salvar as árvores e afins, é sempre triste, e também dá que pensar, será que terminaram todas porque era o que ia acabar por aconteçer com a internet, ou será que a incompência também ajudou?

Eu penso que seja um pouco dos dois... Ao tornarem-se a última revista de video-jogos em Portugal parece que ficaram com tudo a cair em cima deles. O pessoal das consolas reclamava com o excesso de cenas de PC, os de PC com o excesso de cenas de consolas e assim em diante, no geral penso que não souberam reagir bem às críticas de quase todos os lados. Os problemas fora da redacção também não ajudaram nada e conseguiram arranjar ainda mais haters.
Claro que o facto de agora a informação estar toda online e de forma gratuita também não contribui nada para as vendas...

Vou ver se compro a última na próxima semana, já não comprava à uns mesitos, mas como é a última lá terá que ser XD